Coluna Cervical: Estrutura, Funções, Principais Doenças e Tratamentos
- Luciano Frascetto
- 24 de jun.
- 4 min de leitura

A coluna cervical é uma das regiões mais delicadas e importantes do corpo humano. Responsável por sustentar a cabeça, proteger a medula espinhal cervical e permitir uma ampla gama de movimentos, ela também é uma das áreas mais suscetíveis a lesões e doenças degenerativas.
Neste artigo, o Dr. Vitor C. Machado, neurocirurgião especialista em coluna e crânio, explica o que é a coluna cervical, suas principais funções, as doenças que mais a acometem, os tratamentos existentes e as cirurgias mais modernas realizadas atualmente.
O que é a Coluna Cervical?
A coluna cervical é a porção superior da coluna vertebral, localizada no pescoço. Ela é composta por sete vértebras numeradas de C1 a C7, que vão da base do crânio até a transição com a coluna torácica.
Cada vértebra é separada por um disco intervertebral que funciona como um amortecedor, além de ser atravessada por nervos e vasos sanguíneos fundamentais para o funcionamento do cérebro e dos membros superiores.
Principais estruturas da coluna cervical:
Vértebras cervicais (C1 a C7): sustentam a cabeça e permitem os movimentos do pescoço.
Discos intervertebrais: amortecem os impactos entre as vértebras.
Canal vertebral: espaço por onde passa a medula espinhal cervical.
Nervos cervicais: responsáveis pela comunicação entre o cérebro, pescoço, ombros, braços e mãos.
Funções da Coluna Cervical
A coluna cervical exerce diversas funções essenciais para o corpo humano:
1. Sustentação da cabeça
A cabeça humana pesa, em média, entre 4 e 6 kg. A coluna cervical é a estrutura responsável por sustentar esse peso com equilíbrio e mobilidade.
2. Proteção da medula espinhal
A medula espinhal, que transmite os impulsos nervosos entre o cérebro e o corpo, passa pelo canal vertebral cervical. Por isso, qualquer lesão nessa região pode ter consequências neurológicas importantes.
3. Ampla mobilidade
Graças ao design das vértebras cervicais, conseguimos realizar movimentos como:
Rotação (girar a cabeça para os lados)
Flexão e extensão (inclinar a cabeça para frente e para trás)
Inclinação lateral (levar a orelha em direção ao ombro)
Principais Doenças da Coluna Cervical
A coluna cervical pode ser acometida por diferentes condições, desde alterações degenerativas até lesões traumáticas. Abaixo, conheça as doenças mais comuns:
1. Hérnia de Disco Cervical
Ocorre quando o disco intervertebral se desloca e comprime as raízes nervosas ou a medula espinhal. Os principais sintomas incluem:
Dor no pescoço
Formigamento ou dormência nos braços e mãos
Fraqueza muscular
2. Espondilose Cervical (Artrose da Coluna Cervical)
É um processo degenerativo que envolve o desgaste dos discos e das articulações cervicais. Pode causar dor crônica, rigidez e, em casos avançados, compressão da medula espinhal (mielopatia cervical).
3. Mielopatia Cervical
Compressão crônica da medula espinhal que leva a sintomas neurológicos mais graves, como:
Alterações na marcha
Perda de destreza nas mãos
Dificuldades urinárias
4. Estenose do Canal Cervical
Estreitamento do canal vertebral, reduzindo o espaço disponível para a medula espinhal. Pode ocorrer por hérnias, osteófitos (bicos de papagaio) ou espessamento dos ligamentos.
5. Traumas Cervicais
Fraturas, luxações ou lesões ligamentares provocadas por quedas, acidentes automobilísticos ou mergulhos em águas rasas.
Tratamentos para Doenças da Coluna Cervical
O tratamento da coluna cervical depende da gravidade e da natureza da condição. Em grande parte dos casos, o tratamento inicial é conservador.
Tratamento Clínico (Conservador)
Medicamentos: anti-inflamatórios, relaxantes musculares, analgésicos e, em alguns casos, corticoides.
Fisioterapia: para fortalecimento muscular, melhora da postura e alívio da dor.
Acupuntura e bloqueios anestésicos: indicados em casos de dor crônica.
Reabilitação funcional: importante para recuperar mobilidade e prevenir recidivas.
O tratamento conservador costuma ser eficaz na maioria dos casos leves e moderados.
Cirurgias Atuais da Coluna Cervical
Quando o tratamento clínico não é suficiente ou quando há risco de dano neurológico, a cirurgia pode ser indicada.
As técnicas cirúrgicas evoluíram bastante nos últimos anos, com métodos cada vez mais seguros, menos invasivos e com recuperação mais rápida.
Principais cirurgias realizadas na coluna cervical:
1. Discectomia Cervical Anterior com Artrodese (ACDF)
É a cirurgia mais comum para hérnias cervicais. Consiste na remoção do disco doente por via anterior (pela frente do pescoço), seguida da colocação de um enxerto ósseo ou de uma caixa intersomática para promover a fusão entre as vértebras.
2. Artroplastia Cervical (Prótese de Disco)
Substituição do disco intervertebral por uma prótese que preserva o movimento. Indicada para casos selecionados de hérnia de disco cervical em pacientes mais jovens.
3. Laminectomia ou Laminoplastia Cervical
Procedimentos utilizados principalmente para tratar estenose de canal ou mielopatia cervical. Servem para descomprimir a medula espinhal, aumentando o espaço dentro do canal vertebral.
4. Cirurgias Minimamente Invasivas
Cada vez mais utilizadas, essas técnicas permitem uma recuperação mais rápida, com menor sangramento, menos dor pós-operatória e menor tempo de internação.
Recuperação Pós-Cirurgia: O Que Esperar
A recuperação após uma cirurgia na coluna cervical é um processo que varia bastante de paciente para paciente, dependendo de diversos fatores, como o tipo de procedimento realizado, a gravidade da doença tratada, a idade e as condições de saúde pré-existentes.
No entanto, alguns aspectos gerais podem ajudar a entender o que esperar no pós-operatório:
Tempo de Hospitalização
Na maioria dos casos, o paciente permanece internado por um período que varia de 24 a 72 horas. Esse tempo permite a observação clínica, controle da dor e monitoramento de possíveis sinais de complicações, como dificuldade respiratória, infecções ou alterações neurológicas.
Controle da Dor
A dor pós-operatória geralmente é bem controlada com analgésicos e, se necessário, anti-inflamatórios. Medicamentos específicos podem ser indicados para reduzir o risco de espasmos musculares no pescoço.
Retorno às atividades leves
A retomada de atividades cotidianas, como caminhar, fazer pequenas tarefas em casa ou trabalhar em ambientes que não exijam esforço físico, costuma ocorrer entre 2 a 6 semanas após a cirurgia.
Fisioterapia Pós-Operatória
O início da fisioterapia geralmente é indicado de forma progressiva, a partir de 2 a 4 semanas após a cirurgia, dependendo da resposta individual do paciente.
Acompanhamento Médico
O acompanhamento costuma ser mais frequente nas primeiras semanas e vai se espaçando ao longo dos meses, conforme a evolução do quadro.
Retorno ao Esporte ou Atividades mais intensas
Pacientes que praticam esportes ou atividades físicas de maior impacto devem aguardar liberação específica do médico. Em geral, o retorno gradual a essas atividades pode ocorrer entre 3 a 6 meses, dependendo do tipo de cirurgia e da recuperação individual.
Se você sente dores persistentes no pescoço, dormência nos braços ou percebe alterações na força muscular e no equilíbrio, agende uma consulta com o Dr. Vitor C. Machado. O diagnóstico precoce é sempre o melhor caminho para um tratamento eficaz e seguro.
📩 Contato com o Dr. Vitor Cesar Machado - Neurocirurgião
(62) 98237-0012
(62) 99979-5829
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